Uma Ilha Chamada Malta
Pastor LU
7/10/20254 min read


Impulsionados para Malta: O Fogo, a Cobra e a Ceia
“É necessário, porém, que sejamos impulsionados à ilha de Malta.”Atos 27:26
Vivemos dias em que muitos cristãos buscam apenas conforto, estabilidade e aprovação. Mas a jornada cristã é marcada por transições inesperadas, tribulações misteriosas e, acima de tudo, por impulsos divinos que nos levam exatamente para onde não imaginávamos ir. Um desses lugares é a ilha de Malta, descrita em Atos 28. Ela não é um destino turístico espiritual. Malta representa o lugar do confronto, do propósito e da manifestação da glória de Deus em meio à confusão.
Neste artigo, vamos explorar essa jornada através do olhar do apóstolo Paulo — do naufrágio à cura, do julgamento à honra. E vamos entender como Malta é, na verdade, uma metáfora da nossa própria caminhada com Cristo. Prepare seu coração, porque Deus está te impulsionando também.
A Travessia Inesperada
Antes de chegar à ilha de Malta, Paulo já estava em um caminho difícil. Em Atos 27, ele enfrenta uma tempestade devastadora enquanto era levado como prisioneiro para Roma. O navio está à deriva, a esperança parece perdida, e mesmo assim, Paulo se levanta e profetiza com confiança:
“Não tenham medo! Um anjo de Deus me apareceu e disse: ‘É necessário que você vá até César, e Deus protegerá todos os que estão com você.’” (Atos 27:24, NVT)
Aqui já aprendemos algo crucial: Deus não nos promete ausência de tempestade, mas presença em meio à tormenta. Muitas vezes, Deus nos impulsiona não com calmaria, mas com ventos contrários. Porque é ali que a nossa fé cresce e nossa identidade é revelada.
Chegada a Malta: Entre o Fogo e a Cobra
Ao chegarem à ilha de Malta, o povo local recebe Paulo e seus companheiros com bondade. Está frio e chuvoso, então acendem uma fogueira. Paulo, mesmo sendo prisioneiro, vai buscar gravetos para manter o fogo aceso. E é nesse momento que uma cobra venenosa morde sua mão.
A primeira reação do povo?
“Esse homem deve ser um assassino. Escapou do mar, mas a justiça não o deixará viver.”
Logo depois, vendo que Paulo não morre, eles mudam de ideia:
“Ele é um deus!”
O que aprendemos aqui?
Sempre que buscamos reacender o fogo de Deus em nós, a oposição aparece.
A voz da cultura muda conforme os eventos: de herói a vilão, de assassino a deus.
A constância do servo de Deus está em não permitir que o veneno das palavras humanas contamine seu coração.
Paulo simplesmente sacode a cobra no fogo e segue em frente. Ele não se deixa afetar nem pela crítica destrutiva, nem pelo elogio vazio. Isso é maturidade espiritual: permanecer firme no que Deus diz sobre você, não no que os outros dizem.
Cultura Maltesa e a Teologia Frágil
O comportamento dos malteses é um retrato da teologia popular frágil que ainda reina hoje:
Se tudo vai bem, Deus está com você.
Se há tribulação, é porque você pecou.
Essa teologia é rasa, baseada em meritocracia espiritual. Mas Jesus mesmo corrige essa ideia em João 9, quando dizem sobre o cego de nascença: “Quem pecou? Ele ou seus pais?”
Jesus responde: “Nem ele nem seus pais, mas isso aconteceu para que se manifestasse nele a glória de Deus.”
Quantos de nós ainda hoje somos tentados a julgar ou interpretar nossa dor como sinal de falha espiritual, quando na verdade é o campo onde Deus quer manifestar Sua glória?
Milagres em Malta
Logo após o incidente com a cobra, Paulo é levado à casa de Públio, o líder da ilha, cujo pai estava gravemente doente. Paulo ora, impõe as mãos e ele é curado. Isso desencadeia uma onda de cura entre os habitantes da ilha.
Deus usou:
Um naufrágio,
Uma ilha desconhecida,
Uma cobra venenosa…
Para transformar Paulo num agente de milagres.
Você consegue perceber o padrão?
Malta não era o fim da jornada, mas o palco de Deus para manifestar Seu poder.
A Ceia: Gratidão em Meio às Tempestades
Ao final dessa jornada, Paulo parte de Malta honrado e suprido. E nós também somos chamados a partir da nossa “Malta pessoal” com o coração grato, não amargurado. Celebramos a Ceia do Senhor como um ato de memória e gratidão.
A Ceia é mais do que um ritual:
É reconhecer que Jesus se deu na cruz a serpente acho que havia mordido Ele — Mas Jesus ressuscitou — mas não contaminado não ficou morto!
É nos unirmos a esse mesmo poder que vence o mal, sacode o veneno e segue curando e salvando.
Na Ceia, dizemos: “Obrigado, Senhor, por Malta. Pelo fogo. Pela mordida. Pela cura. Pela missão.”
Aplicações para Hoje
Deixe-se impulsionar por Deus.
Não resista à direção do Espírito apenas porque o caminho parece difícil. Deus usa tempestades para te levar ao seu propósito.Não se intoxique com os elogios nem com as críticas.
Sua identidade vem de Cristo, não do julgamento humano. Seja constante.Sacuda o veneno.
Toda vez que você for acender o fogo espiritual, espere resistência. Mas não pare. Não negocie sua fé.Celebre com gratidão.
A Ceia nos lembra que fomos salvos não para o conforto, mas para a missão. Agradeça pelo privilégio de ser instrumento de Deus.
Conclusão: Malta Não é o Fim
Você está em Malta?
Está enfrentando uma tempestade, uma mordida, um julgamento?
Então sacuda a cobra no fogo. Reacenda sua chama. Busque os gravetos da Palavra, da oração, da adoração.
Não deixe que o veneno das circunstâncias apague o fogo do chamado de Deus na sua vida. Porque o mesmo Espírito que impulsionou Paulo para Malta está hoje te impulsionando para o centro do propósito de Deus.
E ao tomar a Ceia hoje — ou da próxima vez — lembre-se:
Não importa se o mundo te chama de assassino ou de deus. O que importa é o que o Pai diz de você: filho, escolhido, enviado.
Você está pronto para ser impulsionado? Malta te espera. E Deus vai te usar lá.
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Malta pode ser o ponto de virada na vida de alguém — como foi na de Paulo.